A Geopolítica do Oriente Médio

Atualmente veículos da mídia tradicional têm acalorado a temática da geopolítica árabe em seus debates. Todavia essa discursão tem se passado de modo muito superficial e que por vezes transparecem um visão dirigida aos interesse estadunidenses. Tem-se conhecimento de que fazia parte da pauta de interesses geopolíticos e econômicos dos EUA a permanência dos governos ditadorias nos países árabes, umas vez que estes ditadores firmavam acordos governamentais que visassem a comercialização do petróleo, que é um recurso abundante na região.

É necessário primeiro que possamos nos remeter aos processos de mudanças que tiveram início no final do ano de 2010 na Tunísia. Estes processos referem-se à falência de um sistema político-econômico que predominou no oriente médio durante décadas. O que haveria de acontecer mais tarde era um "efeito dominó" que perduraria até os dias atuais com a luta na síria. Todo essa revolução culminaria na conhecida "primavera árabe" , que tem por propósito estabelecer um governo democrático em detrimento da antiga ditadura.

A culminância dos protestos na Tunísia ocorreu quando o jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em símbolo de protesto. Ele era formado em engenharia, porém devido ao governo ditadorial em que seu país se encontrava, instaurou-se uma grave crise de desemprego. Ele estava incluído na estatística dos mais de 60% de jovens que estavam desempregados. Para que garantisse a própria subsistência, foi necessário que tornasse um vendedor de frutas. Inconformado coma situação em que se encontrava protestou se autoflagelando com fogo. Devido a gravidade das suas queimaduras ele veio a falecer 18 dias após o manifesto.

Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov. O coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio, Mohamad El Kadri, declara que a primavera árabe alcançou toda essa significância revolucionária, devido ao despontamento de uma juventude em todos os países participantes da primavera árabe, que tem como objetivo comum lutar em prol da libertação ditadorial de seu país e a instauração de um governo democrático.

O povo sírio até a presente data, busca eliminar o poderio do ditador Bashar al-Assad. Kadri também afirmou que “o povo sírio fez uma escolha: quer liberdade, justiça e democracia, vai lutar contra Assad, e espero que seja breve.” Esta citação resume as intenções das forças de oposição à Bashar al-Assad, esses eventos tratam-se de processos históricos que culminaram no cenário de guerra vivido nesse país. Os anos de exploração das duas gerações da família Assad, pai e filho, desaguaram na indignação de um povo.

O pensamento unitário de liberdade e democracia dos povos do oriente médio, proporcionaram a estes a formulação de uma nova era para seus países. O ideal democrático e a união à um objetivo comum motivaram a busca por um país cada vez mais liberal no que tange o tipo de governo. Torna-se visível que a junção de um povo visionário, que consegue visualizar horizontes melhores para seu país, torna-se a mais poderosa arma civil, que tende a pautar-se em interesses sociais de uma grande maioria, em detrimento dos objetivos de uma minoria egocêntrica e ocidental.

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