Archive for agosto 2012

Palavras Aleatórias

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Participação Política: Indispensável ou superável?

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No que tange a participação da sociedade na politica, a atual conjectura do cenário político brasileiro não favorece para que haja um preceito positivo para tal atitude. O imaginário, e não sintético ideal proposto por Platão de que a política legítima e justa era alcançada mediante a virtuosidade dos governantes, contrasta fortemente com postura pela qual grande parte dos governos tem aderido no país.

Faz-se necessário então a existência de uma reflexão sobre a participação política como sendo indispensável ou superada. Uma vez que atitudes tomadas por uma certa porcentagem de governantes tem construído um aspecto negativo que têm causado recorrentemente o abandono da legítima participação da sociedade na construção de uma política que pauta-se em interesses visando o bem social.

É visível ao redor do mundo, a evocação de lutas da sociedade que tenham por objetivo construir governos mais democráticos e transparentes para seus países. O manifesto Occupy all street e a Primavera Árabe podem ser citados a nível de exemplo, e constituem uma base provatória de que a união social em prol de um objetivo comum que tenha como finalidade uma reivindicação ao governo, tem influência para operar grandes mudanças na estruturação governamental.

Desde o momento em que o ser humano se constitui com um ser social, este passa a ser também um ser opinante, capaz de formular ideologias para realizar a estruturação de algo discutível. Este algo discutível constitui-se na política, entretanto as pessoas tem substituído sua participação opinativa em favor de discursões não-políticas voláteis, e que não influenciarão a solidificação de um governo que possua efetividade democrática e transparência.

Tal processo de “coisificação” da política efetiva cada vez mais a idéia de que é dispensável lutar por um senso comum que objetiva a melhora das condições sociais. Criando uma falsa apologia de que essa união social é inviável, e mesmo que fosse sucedida não conseguiria obter mudanças reais nos governos.

Esse recorrente pensamento solidifica cada vez mais um sociedade instável, desigual e acomodada. Possuinte de um governo egocêntrico e opaco. Esquecendo-se de lutas passadas que garantiram, a custo de muito sangue, benefícios e direitos, dos quais a sociedade atual insiste conscientemente em ignorá-los.

A Geopolítica do Oriente Médio

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Atualmente veículos da mídia tradicional têm acalorado a temática da geopolítica árabe em seus debates. Todavia essa discursão tem se passado de modo muito superficial e que por vezes transparecem um visão dirigida aos interesse estadunidenses. Tem-se conhecimento de que fazia parte da pauta de interesses geopolíticos e econômicos dos EUA a permanência dos governos ditadorias nos países árabes, umas vez que estes ditadores firmavam acordos governamentais que visassem a comercialização do petróleo, que é um recurso abundante na região.

É necessário primeiro que possamos nos remeter aos processos de mudanças que tiveram início no final do ano de 2010 na Tunísia. Estes processos referem-se à falência de um sistema político-econômico que predominou no oriente médio durante décadas. O que haveria de acontecer mais tarde era um "efeito dominó" que perduraria até os dias atuais com a luta na síria. Todo essa revolução culminaria na conhecida "primavera árabe" , que tem por propósito estabelecer um governo democrático em detrimento da antiga ditadura.

A culminância dos protestos na Tunísia ocorreu quando o jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em símbolo de protesto. Ele era formado em engenharia, porém devido ao governo ditadorial em que seu país se encontrava, instaurou-se uma grave crise de desemprego. Ele estava incluído na estatística dos mais de 60% de jovens que estavam desempregados. Para que garantisse a própria subsistência, foi necessário que tornasse um vendedor de frutas. Inconformado coma situação em que se encontrava protestou se autoflagelando com fogo. Devido a gravidade das suas queimaduras ele veio a falecer 18 dias após o manifesto.

Em outubro de 2011 o Parlamento Europeu distinguiu cinco personalidades ligadas à Primavera Árabe, entre as quais Bouazizi, com o Prémio Sakharov. O coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio, Mohamad El Kadri, declara que a primavera árabe alcançou toda essa significância revolucionária, devido ao despontamento de uma juventude em todos os países participantes da primavera árabe, que tem como objetivo comum lutar em prol da libertação ditadorial de seu país e a instauração de um governo democrático.

O povo sírio até a presente data, busca eliminar o poderio do ditador Bashar al-Assad. Kadri também afirmou que “o povo sírio fez uma escolha: quer liberdade, justiça e democracia, vai lutar contra Assad, e espero que seja breve.” Esta citação resume as intenções das forças de oposição à Bashar al-Assad, esses eventos tratam-se de processos históricos que culminaram no cenário de guerra vivido nesse país. Os anos de exploração das duas gerações da família Assad, pai e filho, desaguaram na indignação de um povo.

O pensamento unitário de liberdade e democracia dos povos do oriente médio, proporcionaram a estes a formulação de uma nova era para seus países. O ideal democrático e a união à um objetivo comum motivaram a busca por um país cada vez mais liberal no que tange o tipo de governo. Torna-se visível que a junção de um povo visionário, que consegue visualizar horizontes melhores para seu país, torna-se a mais poderosa arma civil, que tende a pautar-se em interesses sociais de uma grande maioria, em detrimento dos objetivos de uma minoria egocêntrica e ocidental.

Faça já sua revolução

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Os relacionamentos foram durante toda a história da humanidade uma hábil ferramenta para que o homem pudesse realizar seus constructos. Eles também são o meio pelo qual o indivíduo se insere em uma determinada sociedade, com valores e crenças definidas. Esses valores irão lhe servir de base para que ele realize sua própria formulação opinativa. Logo se você convive em uma determinada sociedade, sua lógica de opinião será diferenciada de outro indivíduo que vivencia outro contexto social.

Entretanto ao longo dos anos a morfologia do relacionamento tem se alterado. No mundo contemporâneo a rede de internet proporcionou uma nova forma de relacionamento. Com o advento de um mundo todo conectado os relacionados poderiam agora ocorrer a longas distâncias.

Quanto mais distante está o indivíduo da sociedade que o circunda, mais distintas são as ideologias e opiniões dele, visto que ele está inserido em um contexto social díspar. É inegável que ao se relacionar você efetue a troca de opinião, e essa troca opinativa ira efetuar a gênese a uma nova opinião.

É nesse contexto de uma incessante criação e unificação de idéias que surge o Ciberativismo. É um termo que tem origem na década de 90, aliado ao surgimento da internet, e que é definido como uma forma de ativismo realizado através de meios eletrônicos, como a informática e a internet. Visto de uma ótica simplista se resume em um “Protesto no conforto do sofá da sala”.

Por mais que a conceituação do movimento possa aparentar possuir uma logística simples, este pode alcançar um patamar de poderio muito grande. Exemplos da força do Ciberativismo podem ser visualizados em movimentos como “occupy wall street” , manifestação contra o poder excessivo dos bancos e das grandes corporações. A deposição de ditadores no oriente médio, que ficou conhecida como “Primavera Árabe”, também possuiu um caráter Ciberativista.

A constante construção de ideologias aliado a rápida divulgação das mesmas, criou um ambiente propício para que manifestações unitárias conseguissem alcançar um patamar continental. O ciberativismo é, acima de tudo, uma alternativa aos meios de comunicação de massa tradicionais, permitindo-lhes "driblar" o monopólio da opinião publica por estes meios, ter mais liberdade e causar mais impacto. Por fim, empunhe seu notebook, conecte-se a internet e faça sua revolução.

Entre ações concretas e falácias

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Vinte anos após a realização da Cúpula da Terra, ou Eco-92, o Rio de Janeiro voltou a sediar um evento que tinha a preservação ambiental como pauta, a Rio+20, ou Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Nos dias 13 à 22 a capital fluminense efervesceu de diversos movimentos da sociedade civil, ativistas, indígenas, agricultores, mulheres, jovens, dentre outros grupos sociais.

A Rio+20 tinha como meta estabelecer um documento que visasse ações governamentais com a finalidade de assegurar um compromisso com o desenvolvimento sustentável. Para isso 193 chefes de estado se reuniram a fim de entrarem em um consenso e viabilizar medidas para salvar o planeta. Porém o que se observou no perpassar dos dias é que as questões econômicas ainda prevaleciam nas decisões globais.

Em paralelo a conferência da ONU, foi realizado a cúpula dos povos. Este foi organizado por entidades da sociedade civil e movimentos sociais de vários países. O evento aconteceu entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com o objetivo de discutir as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil e do mundo.

As divergências entre essas duas conferências se tornaram visíveis bem antes da conclusão dos documentos finais. A Rio+20 procurava trazer para o debate o conceito de economia verde, ao passo que a cúpula clamava por justiça social e ambiental em defesa dos bens comuns, contra a mercantilização da vida.

Quem transitou pelo aterro do flamengo, local onde a Cúpula dos Povos era realizada, conseguiu visualizar a diversidade, várias tendas foram montadas para discutir as mais variadas formas de desenvolvimento hegemônico, como os bancos comunitários, agricultura agroecológica, economia solidária, tecnologias sociais, mídias livres e diversas outras práticas que tenham como finalidade ampliar a participação cidadã e elaborar métodos reais de desenvolvimento sustentável.

A declaração final da Cúpula denunciou que “Há 20 anos, o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo, denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos humanos já reconhecidos.”

Expõe ainda que “A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema econômico-financeiro”.

A falta de mudanças no discurso da Rio+20, em relação a Eco-92, solidifica mais a idéia de que nos resta agora esperar pela Rio+40, afim de que possamos viabilizar de forma mais ampla se as questões discutidas na Rio+20 foram comtempladas em sua totalidade, ou se os cozinheiros que causaram esses desastres prepararam um livro de culinária que possui a ausência de receitas completas. Talvez a única coisa que mude efetivamente de uma conferência para a outra seja a logomarca.

A língua é desprovida de ideologismo?

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A expressão politicamente correto enraizou-se no inglês nas chamadas guerrasculturais dos anos de 1980 a 1990 nos Estado Unidos. Essa expressão foiinicialmente aplicada ao viés linguístico, porém adquiriu no decorrer dos anosum ideologismo muito mais amplo. A linguagem traz consigo todo um processohistórico e um sentido sociocultural atrelada em si.

O movimento politicamente corretotrata a respeito de uma análise da utilização de termos em discursos, quecarreguem algum tipo de carga histórica significativa, que possa favorecer ouinferiorizar algum grupo social. É factual que as palavras não são inocentes eesvaziadas de sentido. Porém será que uma examição detalhista da significânciadas palavras não nos subtrairia a liberdade?

É perceptível que o movimentopoliticamente correto tem adquirido um certo caráter totalitário. Qualquerpessoa que se atreva a desafiar os códigos verbais estabelecidos em supostobenefício ou malefício de certos grupos arrisca-se a sofrer punições até mesmo decunho judicial. Mas o movimento também tem provocado na sociedade uma reflexãosobre a ideologia histórica que certas palavras têm, e suas aplicações nodia-a-dia.

O caráter muitas vezestotalitário pode sim realizar certa distorção discursiva. Mas infelizmente acarga sociocultural que o Brasil possui, a despeito de sua história, faz comque pobreza e subalternidade no Brasil tenham um nome, e este nome é negro. Aformação da sociedade brasileira, por diversos motivos, criou sim umaestratificação social. A sociedade brasileira possui sim uma dívida com essesgrupos sociais que durante o período em que se constituiu o Brasil foramsubalternizados.

É também inegável a naturezadinâmica da linguagem, com sua permanente modificação de formas e sentidos. Alíngua é formada por quem a utiliza, e os processos históricos do país temconduzido a sociedade à utilização de alguns termos de forma pejorativa.

É notório que a língua, durantetoda a história, não foi e nem será um instrumento neutro. Este enunciadotangência uma discussão muito mais profunda do que se imagina. Não se tratasomente de que o indivíduo que utiliza este recurso não é neutro, mais que aestruturação, a entonação e o vocabulário utilizado não é também isento de umasignificância mais profunda.

O que é o Ponto de Inflexão?

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O mundo é refletido no século XXI de forma mais ou menos homogênea, como sendo um mundo globalizado. Anexo a essa globalização, originou-se o advento de um mundo interconectado. Essa interconexão iria proporcionar uma grande veiculação de informações no mundo.

Na época pós-moderna é substancial a procura por acesso a informação, sejam elas de qualquer cunho, tema ou tipo. O indivíduo que vive em um mundo contemporâneo e não se atem a incansável busca e seleção de informações perde consideravelmente o caráter de opinante. E desde tempos remotos tem-se conhecimento de que a opinião é uma arma poderosa na consolidação social do indivíduo.

Entretanto para que a informação alcançasse esse patamar de visualização foi necessário assentar uma forma de divulgação da mesma. A circulação de informações transcorre da mais diversas maneiras, a mais visível é através dos veículos midiáticos.

E é aí onde o perigo mora, nem sempre a transmição da informação garante a veracidade e integridade da mesma. A grande mídia é a que detém maior poder e controle da informação, e procura vender uma lógica umbiguista à macica sociedade que a busca como informante.

O Ponto de Inflexão é um blog criado com a finalidade de contrariar a ideologia mercantilista da grande mídia e dizer não ao pensamento unitário que parte dos controladores dos meios de produção. Bem como incitar ao leitor a busca incisiva de formar uma lógica própria pautando-se em uma visão ampliada da informação. Buscamos colocar no palco um outro mundo em debate.

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